quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A Fuga

Partindo de um texto analisado em teste, os alunos criaram em conjunto o seguinte texto que recriava o necessidade de fuga de uma criança judia.
«Numa noite fria de Outono, Emília, a minha irmã mais velha, acordou-me em grande aflição. O nosso avô despertara-a com a notícia de que teríamos que escapar da Bélgica naquela mesma noite. A guerra obrigava todos os judeus a fugir da proximidade alemã, para evitar a perseguição, a tortura e a morte. Escolhemos, apressadamente, alguma roupa e comida e iniciámos a longa caminhada para a liberdade. A meio da travessia, os pés começaram a latejar-me terrivelmente, no entanto, a dor física não conseguia mitigar a dor psicológica. A minha alma estava pesada e vazia com aquela fuga precipitada.
Subitamente, ouvimos passos que quebravam o silêncio da noite. Aterrorizadas, tentámos esconder-nos numa rocha enorme que estava próxima de nós. O latido dos cães alemães rodeava-nos, por isso suspendemos a respiração.
Repentinamente, ouviram-se ferozes trovões que ecoaram por todo o campo, atemorizando as bestas. Aproveitando a tempestade e o afastamento dos alemães, fugimos silenciosamente, arrastando-nos pelo chão. Após um percurso, que nos pareceu interminável, alcançámos o avião e iniciámos a viagem. No momento em que nos afastámos do local, senti um imenso alívio, por me distanciar do perigo, bem como uma intensa melancolia, pois abandonara os meus familiares e a minha pátria.
Logo que o avião aterrou, despertei da confusão experimentada no caminho e observei todos os elementos que me rodeavam.
O meu país de acolhimento parecia-me pacífico e esplendidamente perfeito na sua paisagem luxuriante. Esta visão fez brotar esperança no meu coração e esbocei um leve sorriso.»
Turma 6º B