quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Fabulando...

Após o estudo da Fábula, os alunos foram desafiados a criar os seus próprios textos...

Uma Bela Lição

«Num gélido dia de Inverno, estava um pequeno ratinho, cheio de frio, a vaguear pelas ruas de Londres. O pobrezinho andava à procura de um lar quentinho para se abrigar.
Era Natal e todos os habitantes se refugiavam em casa, saboreavam o peru assado e as deliciosas rabanadas.
Depois de tanto andar, encontrou um buraquinho que ia dar a uma casa muito quentinha. Lá, havia um gato muito matreiro. O ratinho entrou, subiu umas escadas e encontrou a cozinha. Ia petiscar as gulodices e, nesse preciso momento, deu de caras com um Gato. Este correu atrás do pequeno animal e conseguiu engenhosamente aproximá-lo do seu caixote de areia.
- Arrrrrrrrghhhh! Consegui apanhar-te! Vou comer-te com gosto! - Ameaçou o felino.
O rato, amedrontado e exausto com o esforço e o susto, conseguiu escapar por entre a pelagem macia do gato, fugiu e escondeu-se! Enquanto o gato procurava por todos os cantos, o rato, matutando bastante, decidiu esconder-se novamente na pelagem fofa e volumosa do gato, para conseguir alcançar algum alimento. O seu plano resultou lindamente, pois o gato nem sentia o seu corpo delgado e leve enroscado nos seus novelos de pêlo.
No final, com um sorriso vitorioso, o ratinho exclamou:
- Senhor gato, quem ri por último, ri melhor!»

Inês Lemos e Ana Isabel, 5º C


O Gato e o Rato

«Certo dia de Primavera, o Gato e o Rato andavam esfomeados. Ao verem uma senhora idosa a passar com um carrinho de mão, com o seu olfacto apurado, os animais sentiram um aroma a queijo maravilhoso. O Rato afirmou:
- Vai lá tu!
- Porquê? - reclamou o Gato.
- Porque és maior e mais forte do que eu! – respondeu o Rato.
- Nem pensar, se quiseres comer, vai lá tu! – resmungou o Gato.
- Ai sim? Então, eu vou até lá para mostrar que sou mais inteligente e corajoso que tu! – disse o Rato, com ar superior.
O pequeno roedor atirou-se para o carrinho de mão e, sem ser avistado pela mulher, infiltrou-se no seu interior. Seguindo o aroma, o Rato encontrou um queijo enorme! Devorou-o quase até ao fim, porém, lembrando-se do Gato, levou-lhe um pedaço para o fazer arrepender-se. Sentado, o Gato estava sentado a observá-lo. Assim, o Rato, deliciando-se com o último pedaço de queijo, proferiu:
- Quem não arrisca, não petisca!»



O Elefante e o Macaco

«Certo dia de Verão, estava o Elefante, na sua jaula de Jardim Zoológico, a saborear os seus amendoins. Repentinamente, chegou a mascote do Jardim, o Macaco. Este esgueirou-se pelas grades da jaula e roubou alguns amendoins, provocando a ira do Elefante.
- Anda cá, seu malfeitor! – Exclamou ele.
Como era enorme, corria lentamente, pelo que o macaco começou a estudar uma forma de lhe roubar os petiscos todos. Já conhecendo o carácter dissimulado do ladrão, o grande animal percebeu que ele iria voltar. Decidiu, então, preparar-lhe uma surpresa para que aprendesse a respeitar os outros e a contentar-se com o que tinha. Espalhou pimenta muito intensa nos amendoins que restavam e fingiu estar muito cansado, enquanto observava o macaco disfarçadamente. Tal como tinha previsto, este aproveitou a ocasião e apressou-se a retirar os outros amendoins. Mal os saboreou, sentiu o gosto forte da pimenta e começou a gesticular, aflito. Nesse momento, o elefante exclamou:
- Mais vale um pássaro na mão que dois a voar!»


O Macaco e a Zebra

Era uma vez uma zebra que estava sempre a ser gozada por um macaco, por não ser colorida. Ele dizia-lhe, maldosamente:
- Não tens graça nenhuma! Pareces uma antiguidade, sombria e desinteressante!
A Zebra, muito triste, ia ouvindo estes insultos diariamente e não compreendia por que o macaco era tão desagradável consigo.
Certa tarde, ia caminhando por um trilho, quando observou o animal maldoso ser atacado por uma cobra venenosa. A zebra reagiu imediatamente e, corajosa, não permitiu que este ataque prosseguisse, matando a cobra com várias patadas. Ao deparar-se com a bondade da zebra, o macaco repensou a sua atitude e chegou à conclusão de que havia sido injusto com ela. Arrependido, agradece muito à sua salvadora e pede desculpa sinceramente. Chegou, desta forma, a uma importante conclusão: não se julga um livro pela capa!»



O Cão e o Gato

«Certo dia de Outono, andava um gato solitário pelas ruas da cidade, quando foi apanhado por um gatil. Um cão vadio que passava por ali ouviu-o chorar e a lamentar-se da sua triste sorte. Entrou sorrateiramente no local e começou a humilhá-lo, por pura maldade. O Gato ficou destroçado com as palavras do cão.
No dia seguinte, o Gato foi adoptado e enquanto caminhava, feliz e aliviado, viu o Cão a ser transportado para dentro de uma jaula na sala ao lado da sua. Aproveitando o momento, passou pelo canil e, sobranceiramente, passeou-se à frente dele, sorrindo maliciosamente. A partir desse momento o Cão aprendeu a lição:
Não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti!»

Gonçalo Pereira, Diogo Lopes, Nuno Neves, 5º C

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A Felicidade (continuação)

«Se nos socorrermos da enciclopédia para procurarmos a definição de felicidade, esta corresponde a um “Estado de completa satisfação, de plenitude; contentamento interior; alegria; prazer…”.
Assim, felicidade é confiança, trabalho e esperança, noções que se vão construindo devagar ao longo dos anos.
Se a felicidade fosse um quadro, uma tela da nossa vida, poderíamos pintá-la à nossa maneira, bastando, para isso, agarrá-la com determinação e lutar, correndo em busca daquilo que mais queremos, pois ninguém pode fazer tanto por nós, como nós próprios.
Quanto mais exigirmos, mais o quadro fica completo. Contudo, jamais podemos esquecer que a felicidade não se resume apenas à nossa própria pessoa. Existem também os outros, os nossos familiares, os nossos amigos, as pessoas com quem partilhamos as nossas alegrias e tristezas e toda a sociedade envolvente, já que sem eles o quadro estaria incompleto.»

Miguel Lopes, 6º B

domingo, 26 de outubro de 2008

Biografia da Semana - Sophia Breyner Andresen


«Sophia nasceu no Porto, em 1919, no seio de uma família aristocrática. A sua infância e adolescência decorrem entre o Porto e Lisboa, onde cursou Filologia Clássica.
Após o casamento com o advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares, fixa-se em Lisboa, passando a dividir a sua actividade entre a poesia e a actividade cívica, tendo sido notória activista contra o regime de Salazar. A sua poesia ergue-se como a voz da liberdade, especialmente em "O Livro Sexto".
Foi sócia fundadora da "Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos"e a sua intervenção cívica foi uma constante, mesmo após a Revolução de Abril de 1974, tendo sido Deputada à Assembleia Constituinte pelo Partido Socialista.
Profundamente mediterrânica na sua tonalidade, a linguagem poética de Sophia de Mello Breyner denota, para além da sólida cultura clássica da autora e da sua paixão pela cultura grega, a pureza e a transparência da palavra na sua relação da linguagem com as coisas, a luminosidade de um mundo onde intelecto e ritmo se harmonizam na forma melódica, perfeita, do poema.
Luz, verticalidade e magia estão, aliás, sempre presentes na obra de Sophia, quer na obra poética, quer na importante obra para crianças que, inicialmente destinada aos seus cinco filhos, rapidamente se transformou em clássico da literatura infantil em Portugal, marcando sucessivas gerações de jovens leitores com títulos como "O Rapaz de Bronze", "A Fada Oriana" ou "A Menina do Mar". »


(Retirado de www.mulheres.ps20)
Porto, 20 de Setembro de 2008

«Querido diário, hoje a minha professora de português mandou-nos escrever um pequeno texto sobre “A Felicidade”.
Pensei um pouco e conclui que ser feliz é ter uma família que nos ame. Ter um pai e uma mãe que nos dêem carinho. É acordar de manhã e olhar para o céu azul, onde o sol brilha de tanta felicidade! É ter muitos amigos com quem brincar e falar. É gostar de coisas novas, de conhecer novos amigos e lugares. É gostar do barulho do mar, do cheiro da maresia e de sentir a vida a renovar-se, todos os dias, sempre sem parar. Ser feliz não é ser invejoso e desejar todas as riquezas do mundo. Para sermos felizes não precisamos até de ser muito inteligentes. Basta gostarmos de trabalhar um pouquinho e aprender. Mas, querido diário, quando mostrei o texto à minha amiga Ana, esta respondeu-me:
- Isso é tudo mentira. Felicidade é ter dinheiro, muito dinheiro para comprar e ter tudo o que queremos!
- Não é preciso ter dinheiro – acrescentei eu. Olha o meu caso. Posso estar zangada com os meus pais por não me comprarem um gato. Mas, se não fossem eles, eu não tinha nascido nem andava na escola. Sou feliz, porque tenho uma família que me ama.
A Ana lá acabou por concordar. No fundo, aquela raiva toda era porque os pais tinham comprado uma bicicleta nova para o irmão e ela herdara a velha. De mão dada, acabámos o dia felizes, como sempre!»

Maria Beatriz Bernardes, 6º B
Na minha opinião, é difícil definir o conceito de felicidade, porque é diferente para todas as pessoas.
A felicidade é o estado mais bonito do ser humano, porque quando uma pessoa está feliz, sorri muito e sente-se nas nuvens. Eu sinto-me feliz quando tiro boas notas, pois sei que os meus pais vão ficar orgulhosos. Também me sinto feliz quando estou de férias, porque tenho muito tempo livre para brincar com os meus amigos. Além disso, também estou feliz quando estou com a minha família ou quando sei que os meus amigos estão bem.
A felicidade é um estado de espírito que envolve muitas emoções. A ele associo a alegria, a amizade, o amor e o carinho, já que todos estes sentimentos trazem felicidade.
Infelizmente eu sei que nem todos os meninos no mundo sabem o que é ser feliz. Existem crianças infelizes que vivem em países pobres, onde há muita violência. Era bom que todos pudessem descobrir o que é ser feliz, porque é um direito de todas as crianças.
Eu posso dizer que sou uma criança feliz porque tenho, à minha volta, tudo aquilo que preciso para crescer saudável e forte.

Daniel Campos Fortuna
Nº 6, 6º B

A Felicidade

No início deste novo ano lectivo, alguns alunos foram convidados a reflectir um pouco sobre o significado da felicidade. Aqui ficam algumas dessas reflexões. Ao longo da semana serão publicados outros trabalhos.

«Do meu ponto de vista, a felicidade é um sentimento nobre. Este sentimento faz com que as pessoas estejam alegres e costruam pensamentos positivos.
A felicidade é o contrário de infelicidade, pois faz com que as pessoas se sintam bem consigo próprias e que tenham vontade de ajudar os outros. Quando conhecem casos de doenças graves, ou outra situação complicada, sentem que vão ultrapassá-las; isso significa que estão a ser optimistas.
A infelicidade torna as pessoas mais solitárias, egoístas e agressivas, assim sentem dificuldade em encarar qualquer obstáculo, vivem como se nunca houvesse sol e luz.
A conclusão que eu retiro após pensar um pouco sobre a felicidade, é que quem é feliz tem muita vontade de viver, pois leva a vida com harmonia e facilmente ultrapassa os imprevistos.»

Margarida Maia, 6º B

O Aniversário da Maria



«Maria, uma menina de doze anos, mas já com gostos requintadíssimos, escovava ritualmente os seus belos cabelos negros e espessos em frente ao espelho do toucador, repleto de fitas, bandoletes e perfumes, provocando inveja em todas as suas amigas. Era muito magra e preocupada com a linha e dedicava mil cuidados à sua pele branca e macia, receosa que alguma borbulha, própria da idade, pusesse em risco aquela sua beleza exótica. Adorava passear pelas lojas chiques da “Prada” ou do “Dolce & Gabanna”, enfim, pode dizer-se que “vivia bem”! Os pais eram ambos advogados e rodeavam a filha, a única que tinham, de mimos continuados e até excessivos. Preocupados, porém, com a sua educação moral, não se esqueciam de lhe repetir: “— Lembra-te, o que importa são os gestos de carinho e não o número de presentes!” Assim, Maria aprendeu a repetir esta pequena expressão em todas as festas e ocasiões sociais em que participava, como uma menina de bem, ao mesmo tempo que a afogavam em sofisticadas ofertas, sempre no “top” das últimas novidades para jovens.
Chegou o dia do seu aniversário. A festa era notícia no jornal da escola e ia passar-se na vivenda dos pais, em Queluz. Os imensos jardins da casa estavam todos iluminados e pequenas mesas com aperitivos e refrescos aguardavam os convidados. O salão de jantar estava enfeitado com grinaldas e balões coloridos, as paredes forradas com retratos de família em grossas molduras douradas, e sobre a enorme mesa, coberta com uma riquíssima toalha de linho, que pertencera à sua bisavó, estava o bolo de aniversário, de vários andares!!!
A Maria esperava ansiosamente pelas 20h:45, a hora a que chegariam os convidados e… os presentes! Já estava à espera há muito tempo do Iphone com o design da Apple prometido pelo pai. Finalmente, chegara o momento tão esperado: foi desembrulhando uma a uma, sempre com um sorriso nos lábios, as prendas que lhe entregavam logo à entrada as dezenas de parentes e amigos, próximos e distantes, que iam chegando. Até que a sua própria mãe lhe entregou um pequeno embrulho com um carimbo de “correio expresso”. Era a prenda do pai que, retido em França por um imprevisto de trabalho, lhe enviara assim o presente prometido.
Era mesmo o Iphone que ela queria! Mas, de repente, Maria sentiu os seus olhos ficarem húmidos de lágrimas e, rodeada por tantos presentes caros, não conseguiu sentir-se verdadeiramente feliz. Pareceu-lhe, naquele momento, que trocaria tudo aquilo por um simples beijo do pai que estaria ali, ao seu lado, sorrindo para ela como a dizer que a teria sempre guardada no seu coração!
Foi só então que Maria compreendeu, bem no fundo de si mesma, o significado daquela frase que tantas vezes repetira para mostrar as suas boas maneiras: “O mais importante é o carinho…” E ter compreendido isto deu-lhe, de súbito, ânimo para levantar os olhos e ir apagar as velas. Sentia-se muito mais feliz consigo própria!»

Eva Couto
6°A, n°10

O Aniversário da Maria

Num belo dia de Primavera, à beira - mar, estava uma menina sentada na areia a desenhar, a Maria. A menina era filha de pessoas muito ricas,mas muito ausentes, por isso dava mais valor à forma de ser das pessoas do que ao dinheiro.
Maria era magra e tinha a pele macia e escura, como o luar de uma noite sem estrelas. Os seus olhos amendoados pareciam ter sido barrados com mel. Aparentava ser uma rapariga extrovertida, alegre e muito transparente nos sentimentos. Contudo, nesse dia, data do seu aniversário, toda a alegria desaparecera... A mãe dissera-lhe que o seu pai não ia poder comparecer à sua festa de anos por causa do trabalho. Maria nem queria acreditar, tinha sido trocada por uma resma de papel, uma secretária e um cadeirão. Sentia-se triste e só, e não parava de pensar,no caminho de regresso para casa, se teria feito algo indevido para ser preterida por uma reunião de escritório.
A grande festa de anos ia realizar-se na sua casa, mais propriamente na sala e no jardim. Num dos cantos da sala, podia ver-se uma pirâmide de presentes de todas as cores, feitios e laços possíveis. Ao lado, via-se uma mesa recheada de petiscos deliciosos, onde havia de tudo, doces e salgados. Tudo estava perfeito! Porém, Maria já não tinha aquele brilho nos olhos, nem um sorriso na cara, porque seria? Os seus amigos, que apreciavam bastante a simplicidade e honestidade do carácter deMaria, começaram a reparar naquela tristeza mal disfarçada. Decidiram que tinham de fazer alguma coisa. Foram, então, falar com a mãe da Maria e perguntar-lhe se podiam continuar a festa na praia, já que ela adorava aquele local. Mal conseguiram convencer a mãe da rapariga, logo se apressaram a espalhar a notícia e a preparar a grande surpresa. A festa foi um êxito, uma verdadeira sensação! Maria tinha adorado a sua surpresa e, com o passar do tempo, conseguiu aproveitar o dia, pois os seus amigos mereciam toda a atenção do mundo pelo carinho que lhe demonstravam diariamente.

Susana Moreno, 6º A

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Círculo de Autores



Susana Paula


«No centro de Lisboa, bem perto dos jardins da Gulbenkian, um apartamento. Tipicamente lisboeta, escuro, apesar das janelas altas. A sala, pintada de verde, não amplifica a pouca luz que vem da janela, pouco depois das quatro da tarde. O que dá luz ao apartamento são os livros. Livros por toda a parte. Empilhados desordenadamente, ora deitados, ora em pé, ora de uma qualquer maneira. Quem os arrumou sabe onde estão. »

«Milhares de fotografias também iluminam a casa. Alice Vieira aparece em quase todas. Alice com um amigo, Alice com outro amigo, Alice e outro. Alice com os netos. Alice com os filhos. Enfim, Alice Vieira entre os livros. Alice entre os amigos.
Os primeiros amigos de Alice foram os livros, uma vez que a infância solitária a atirou para o único mundo que lhe abria as portas: a literatura. Pequena, aprendeu a ler e a escrever sozinha. Com o passar dos anos, Alice foi fazendo amigos em cada uma das peripécias que viveu: jornalista desde a adolescência, Alice Vieira sempre teve o olhar atento a qualquer pormenor que lhe despertasse uma história e, consequentemente, um livro. As histórias hoje são muitas e, bem como os amigos, são a sua vida.
É o seu amigo de longa data José Oliveira que conta que “a Alice lê por necessidade. É algo que está dentro dela, faz parte da sua personalidade. Simplesmente não o consegue evitar”.
Alice Vieira caracteriza-se como “a rapariga que mais cedo saiu de casa”. Tinha 15 dias quando os pais a mandaram morar com familiares. Porquê? Hoje, com 64 anos, Alice ainda não sabe. Não era um problema económico, uma vez que a sua família era burguesa. “A minha mãe teve três filhos, todos com um ano de diferença, e deu-os a todos. Ela não tinha qualquer instinto maternal”, conta Alice, hoje mãe e avó. Durante a infância, Alice Vieira viveu em casarões, com tias e criadas velhas. “Uma vez, quando era pequena, estava debaixo de uma mesa a ouvir os meus pais e tias a decidir para que casa é que eu iria morar a seguir”, conta a autora. E continua: “os meus familiares não se sentiam obrigados a tomar conta de mim e estavam sempre a demonstrá-lo”. Para além disso, simplesmente não a deixavam sair de casa. No pavor das doenças, a tuberculose era o maior medo das tias velhas. “Uma história que as minhas tias me venderam durante muito tempo foi a de que a minha mãe tinha ficado com tuberculose por minha culpa, que ela tinha ido para o Caramulo por minha causa”, confessa Alice. Só há pouco tempo descobriu que era mentira.
Alice Vieira garante que se habituou a estar sozinha, arranjando amigos nos livros, arranjando algo com que se entreter nos livros. Começou a escrever com cerca de 4, 5 anos, já não se recorda bem. Mas sabe que foi sozinha. Não tinha amigos e só no liceu teve contacto com pessoas da sua idade. Os seus amigos acabaram por ser os livros durante toda a sua infância, o que marcou a sua personalidade: “O grande isolamento a que as tias a obrigavam fez com que lesse muito e desenvolveu nela uma grande capacidade de reflexão sobre o que está à sua volta”, explica Duarte Mexia, grande amigo da escritora.(...)»
«Rosa, minha irmã Rosa surgiu de um desafio dos filhos de Alice e um incentivo do então marido, o jornalista Mário Castrim. Depois de Catarina e André, os filhos de ambos, se terem queixado de não terem mais nada para ler, Alice propôs escreverem um livro juntos. De uma frase surgiram muitas outras. De um capítulo nasceram muitos outros. E, em 1979, nasceu Rosa, minha irmã Rosa. Nesse ano, a Editorial Caminho promoveu um prémio de originais, o Prémio de Literatura Infantil para comemorar o «Ano Internacional da Criança». Incentivada pelo marido a participar, Alice acabou por ganhar o prémio. Na altura jornalista do Diário de Notícias (DN), a sua vertente de escritora não era conhecida. Aliás, este foi o primeiro livro que escreveu e fê-lo apenas para os filhos. Depois de Rosa, minha irmã Rosa a Caminho publicou cerca de 30 obras de Alice para os mais novos. Chocolate à chuva, Lote 12 – 2º Frente, Flor de Mel, A lua não está à venda são algumas obras com as quais os jovens se deliciam. Sendo considerada das melhores escritoras infanto-juvenis pelos colegas e mesmo pelo mundo literário…»
(Retirado do site: www.oamador.com)

A Felicidade

Era uma vez um vale onde viviam todos os Sentimentos: o Orgulho, a Vaidade, a Bondade, a Tristeza, a Inveja… Na última casinha deste local vivia o Amor e era graças a ele que todos estavam unidos. O Amor tinha uma filha, a Alegria, que ajudava o pai a unir os Sentimentos. Sempre que o Amor e a Alegria partiam, todos os Sentimentos se aborreciam e zangavam, já que não havia ninguém para uni-los.
Nunca chovia, pois era a terra mais feliz do mundo. Se chovesse, as crianças não poderiam brincar. Se chovesse, os homens não poderiam trabalhar a terra.
Por este motivo, os Sentimentos iam buscar água a um riacho perto do vale. Muitas vezes, as crianças não tinham nada para fazer e então ajudavam os seus pais a trabalhar a terra e as suas mães a cozinhar e a limpar a casa. No vale nunca mudava de estação, por isso existia sempre sol. As crianças tomavam banho no rio e apanhavam sol nas suas margens. Também não existiam animais domésticos; para os seus habitantes, os animais faziam parte da natureza e conviviam com eles naturalmente.
Um dia, caiu uma grande tempestade e todos se salvaram excepto o amor e a alegria, pois andavam à procura dos amigos para tentar salvá-los caso estivessem em perigo. Quando a tempestade acabou, todos saíram das suas casas e viram o Amor e a Alegria caídos no chão, sem se mexerem. Quando já todos estavam desesperados, pensando que tinham partido para sempre, apareceu um sentimento especial, que lhes tocou muito levemente. Ao sentirem aquele toque mágico, despertaram! Descobriram, então, que o visitante mágico era a Felicidade! Amor e Felicidade conheceram-se e apaixonaram-se. Casaram algum tempo depois e viveram felizes para sempre.
Sempre que recordo este episódio, penso no motivo que terá levado ao despertar do Amor e da sua filha…. Na verdade, o Amor pensava demasiado nos outros e não se preocupava consigo. Todo o vale era feliz, menos ele. Assim, quando a Felicidade lhe tocou, passou-lhe um sentimento de bem-estar. Isso mudou tudo, pois finalmente alguém se preocupara com ele!

Maria João Barbosa nº 19, 6º B

terça-feira, 1 de julho de 2008

Leituras para férias

· Andersen , Hans Christian, Os melhores contos de Andersen, Evereste .

· Andersen, Hans Christian, Contos, Colares Editora.

· Andresen, Sophia de Mello Breyner, A Árvore Figueirinhas.

· Cinquetti, Nicola, Julieta e Romeu, Livros Horizonte.

· Dacosta, Luisa A rapariga e o sonho, Asa.

· Fonseca, Catarina, A malta do 2º C, Caminho.

· Grimm, Os melhores contos dos irmãos Grimm, Evereste.

· Le Goff, Jacques A Europa explicada aos jovens Gradiva.

· Magalhães, Álvaro, Três histórias de amor, Asa.

· Menéres, Maria Alberta, Ulisses, Asa.

· Norton, Cristina, O barco de chocolate, Dom Quixote.

· Pina, Manuel António, História com reis e rainhas... Campo das Letras.

· Redol, Alves, A vida mágica da sementinha, Caminho.

· Swift, Jonathan, As viagens de Gulliver, Civilização

· Torrado, António, A cerejeira da lua e outras histórias chinesas, Asa.

· Allende, Isabel, A cidade dos deuses selvagens, Difel.

· Carrol, Lewis, Alice no País das Maravilhas, Âmbar.

· Gilbert, Henri, Robin dos Bosques, Europa-América

· Honrado, Alexandre, A família que não cabia dentro de casa, Ambar

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Versos afectivos

Beijos

«Os beijos que me dão
são para mim gestos banais,
Mas lá no fundo sei que são
gestos muito especiais!

Parecem mimos banais
como uma flor!
Mas têm características especiais,
Têm a cor do amor!

Têm o aroma de quem ama,
a alegria de quem sente
e, quando envolto pela nossa mão,
abrem qualquer coração!»

Ana Isabel Cabral, 5ºC

Mãe é tudo

«Vida tão dedicada
proteges-me sem cessar
sinto-me tão amada
sempre com vontade de voltar!

Cresci em cada dia
Numa constante harmonia.
Sou criança! Sou feliz!
És tudo o que sempre quis!»

Inês Oliveira, 5º C

Poesia

Este terceiro período foi dedicado ao estudo da poesia. Realizaram-se diversas actividades com a finalidade de sensibilizar os alunos para as características tão especiais do texto poético. Aqui ficam algumas produções dos meninos de 5º ano.

«A bola que rebola
pela rua
desenrolando sorrisos de crianças.
Que felizes as crianças ao rolar com a bola
pelas ruelas da esperança
de uma vida melhor!»

Miguel Bernardo, 5ºB

«A manhã amanheceu
melancólica, morna, muda.
A manhã amanheceu,
o sol inundou o mundo
brilhante, moderno
com os seus raios luminosos.
A manhã amanheceu
e o mundo mudou...
mas permanece eternamente meu!»

Daniel Fortuna, 5ºB

«Uma raposa
que passeia
e dorme.

Mete-se na toca
olha à sua volta
e repara na solidão
que a revolta.»

Patrícia, 5ºA

terça-feira, 29 de abril de 2008

A Poesia é...


Para incentivar ao estudo da poesia, os meninos foram convidados a ler expressivamente alguns poemas e a reflectir sobre o significado desta tipologia textual. Estes são alguns dos versos construídos pelos alunos:

«Poesia é o iluminar de uma noite escura...»
Guilherme, 5º B

«Poesia é fazer música com as palavras, é ouvir o canto do amor.»
Cláudia Pessoa, 5ºB

«Poesia é difícil de compreender, pois, por vezes, as pessoas não têm capacidade para encaixar a poesia dentro de si.»
Filipe Rocha, 5º B

«A poesia é o canto de um grilo,
um prado florido,
um cavalo imaginário.»
Mariana Silva, 5º B

«Poesia é uma flor a desabrochar no jardim.»
Margarida Maia, 5º B

«Poesia é o amor e o reconhecimento do interior de cada um.»
Luís André, 5º B

«Ser poeta é...
Escrever palavras com música,
soltar o coração,
dizer o que nos sussura a alma
e escrever com paixão!»
Joana Ramos, 5º B

A Primavera


«Quando acabava o Inverno e começava a surgir a Primavera, tudo se animava. Na aldeia de Água-Pura, os últimos flocos de neve caíam, amparados pela melodia maravilhosa das cantilenas infantis sobre a Primavera, que se avizinhava.
Em Àgua-Pura vivia Cátia, um menina sonhadora. No entanto, as outras crianças afastavam-se dela, uma vez que a consideravam uma menina estranha. Quando sentia um gesto de rejeição, a pobre rapariga ficava tristíssima e, aos poucos, tornou-se na mais solitária criança da aldeia.
Certo dia, tinha acabado de chegar a casa e cumprimentar o seu pai, quando, subitamente, a campainha tocou e o carteiro lhe entregou uma carta.


Cara menina,
está convidada para o baile da primavera que se realizará esta noite, às 21 horas.

Cátia passou o resto da tarde a pensar no que vestiria para tão importante ocasião. Como não possuia nenhum vestido bonito, decidiu usar um outro, bastante simples, que tinha no armário.
Chegou ao baile e foi convidada para dançar, pois a delicadeza e simplicidade do seu vestido e da sua postura encantou os restantes convidados. No final do baile, foi realizado um concurso para premiar a menina mais bonita da festa e Cátia ganhou por possuir o vestido mais de acordo com a estação que se aproximava - tinha flores de todas as cores estampadas no tecido, um colar de rosas e uma tulipa belíssima no cabelo! A menina ficou radiante com o sucedido e deixou de ser tão solitária como antigamente.
As outras crianças deixaram de a ignorar e tornaram-se mais simpáticas e sorridentes. Afinal, só a repudiavam porque era da família mais pobre da aldeia. Quando descobriram os encantos da sua forma de ser desejaram conquistar a sua amizade.»


Ana Sofia, 5º B







Um dia de Tempestade


«Um dia acordei e , em vez de ouvir os pássaros a chilrear no meu jardim, ouvi os ruídos do vento que soprava ferozmente e da chuva a fustigar a janela do meu quarto.
Como era Domingo, deixei-me estar repousada na cama, atenta a esses sons que tanto aprecio.
Ao início da tarde, fui com os meus amigos dar um passeio. Apesar do mau tempo, lá nos metemos no carro e dirigimo-nos até à beira-mar. A chuva continuava a cair com muita intensidade e o vento parecia soprar com mais força, mas isso só tornava o dia mais interessante aos meus olhos. Estacionámos por cima da falésia e ficámos dentro do carro a observar o mar com as suas enormes ondas. Quando batiam nas rochas, surgia uma enorme nuvem de espuma branca.
Entretanto, quando regressávamos a casa, começámos a ver relâmpagos e a ouvir trovões cada vez mais ameaçadores.
A noite caiu, mas o céu continuava iluminado pela trovoada.
No conforto do meu quarto, pensei em como a natureza consegue ser bela e, ao mesmo tempo, assustadora!»

Sofia Ramos, 5º C

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A nossa face

Como já tinha sido referido anteriormente, os pequenos criadores desta página vão tecendo apresentações dos colegas. Aqui se regista mais uma que deve ser lida com humor...

«O Afonso tem cabelo castanho, olhos castanhos e pele clara. É de estatura média e o seu rosto tem uma forma oval e larga.
Psicologicamente, o Afonso é brincalhão e gosta de se divertir. Por vezes é demasiado agitado e preguiçoso, mas continua a ser um bom amigo.
Enfim, o Afonso é assim, nós não podemos mudar a sua forma de ser, mas podemos ajudá-lo a ser cada vez melhor.»

Ana Sofia, 5º B

O meu amigo Nero

«O meu amigo Nero vive em Trás-os-Montes.
Um dia, eu e os meus pais fomos fazer-lhe uma visita. Como o meu amigo é muito simpático e educado, assim como os seus pais, gostei muito de passar o dia com ele. Enquanto passeávamos, vi grandes rebanhos que por ali pastavam acompanhados por um pastor que, por sua vez, estava acompanhado por um cão enorme! No final do dia, convidámos o meu amigo e os seus pais para passarem as férias da Páscoa em minha casa. Eles aceitaram o convite, o que me deixou feliz!
Viemos para o Porto e, no dia seguinte, fomos mostrar-lhes a cidade. Ficaram espantados ao ver o mar, os barcos de pesca e os de passageiros, pois nunca tinham visto aqueles cenários.
No final das férias regressaram satisfeitos à sua terra.
Foram umas férias bem divertidas com os meus pais e o meu amigo Nero!»


José Pedro Pinheiro, 5º C

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terça-feira, 8 de abril de 2008

«A Menina do Mar» - Sugestão Literária da Semana


«Era uma vez um menino que vivia junto à praia. Um dia, conheceu a menina do mar e os seus três amigos: o peixe, o polvo e o caranguejo. Todos os dias o menino levava um objecto novo da terra para a amiguinha, para que ficasse a conhecer um pouco mais da sua vida.
Contudo, a Raia, a Rainha do mar, descobriu que os dois planeavam viajar para longe, por isso castigou a menina enviando-a para o fundo do mar.
Os dois amigos, separados pela Raia, viviam infelizes, sem saberem notícias um do outro. O Rei do Mar, ao ver a menina tão triste, enviou, através de uma gaivota amiga, um suco mágico, que o menino bebeu de imediato. Depois, guiado por um golfinho mensageiro, o rapazito e a menina reencontraram-se e viveram felizes para sempre.»

Maria Beatriz Bernardes, 5º B

O Sol e a Lua


«Num dia quente de Verão, o Sol nunca mais se punha e a pobre Lua já estava a ficar aborrecida.
A certa altura, resmungou:
- É melhor despachares-te, porque o teu horário já terminou. Eu também quero trabalhar!
- Espera um pouco, tem calma! As pessoas gostam tanto de mim... não posso ir-me embora! - exclamou a outra.
- Como sabes que as pessoas gostam mais de ti? - questionou a Lua.
- Como sei? Olha à tua volta... as crianças estão a brincar e a nadar, as pessoas andam a passear... quando tu chegas, já não há diversão.- disse o sol, apontando o que via à sua volta.
- Desculpa, tu não deixas descansar as pessoas e, quando eu chego, a família reúne-se e conta as novidades do dia.- afirmou a Lua, orgulhosa.
- Eu dou energia às pessoas! Por isso sou mais importante!
A Lua irritou-se e não respondeu às palavras do sol. Após algum tempo de reflexão, disse irritada:
- Respeita os mais velhos!!!
-Como sabes que és mais velha? - perguntou o Sol ainda encarnado.
De repente ouvem-se umas enormes gargalhadas da Lua que disse:
- Eu saio à noite e tu não!
O Sol não gostou do comentário e lá partiu para deixar a noite cair.»

Cláudia Pessoa, 5º B

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Fábula - «O Pássaro e a Águia»

Certa manhã de Inverno, um pássaro voava calmamente pelas ruas geladas de Indiga Litoral. De repente, uma águia pesqueira chocou contra si e, irritada, disse:
- Desafio-te para uma corrida!
- Não aceito, cara águia, pois não gosto de voar a velocidade excessiva. A águia ouviu a resposta com ar de desdém e afirmou:
-Vá lá, passarinho...é só uma corridinha...
O pássaro aceitou para que o outro animal o deixasse em paz. A águia informou então que a corrida iria ser no oceano glacial, onde existiam muitos icebergs perigosos.
Chegados à linha de partida, iniciaram a corrida. A águia dominou desde cedo a prova com a sua velocidade estonteante. O pássaro seguia calmamente, desviando-se dos icebergs cuidadosamente, bem atrás do companheiro. Quando estava prestes a chegar à linha da meta, o animal mais rápido, com a ânsia de vigiar e bater o outro concorrente, esbarrou contra um monte de gelo. O pássaro aproveitou para ultrapassá-lo e ganhou a corrida.

Filipe Neves e Patrícia Silva, 5º A

A Noite das Vozes Misteriosas

«Numa noite de luar
Sofia não sabia o que pensar.
Voar, cantar ou até sonhar...
Talvez com a Lua falar.
A criança, ao ouvir
vozes misteriosas
não sabia o que sentir
Medo, alegria... tudo servia
para não dormir...»

Margarida Maia, 5º B

«Na noite das vozes misteriosas
todas as vozes eram misteriosas,
algumas até provocavam loucura!
Todos, com medo, fugiam,
sem saber para onde iam.
Viam-se rostos nas paredes e
ouviam-se gritos na multidão.
Os seus olhares escondiam segredos
e os seus rostos abrigavam medos...
Nesta noite feita de insónias
os olhos abertos no escuro
e fixando o infinito
o futuro parece pouco seguro...»

Mariana Rocha, 5º B

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A Floresta e a leitura...


A Floresta do Mocho

«Todos os dias ao fim da tarde, o Sr. Rogério ia passear ao seu sítio preferido, a Floresta do Mocho. Esta situava-se a caminho da antiga escola da sua infância, trazendo-lhe doces recordações, motivo pelo qual adorava este local.
A Floresta era calma como um pássaro a voar, sereno no cume das nuvens... Era, ainda, enorme, com frondosas árvores de folhas muito verdes.
O sr. Rogério gostava de ir até lá, ler um livro sentado num tronco de árvore. A sua obra de eleição, já lida várias vezes era «Os Maias» de Eça de Queirós. Para além da leitura, passava longos períodos a ouvir o chilrear dos pássaros, o barulho e o ruído do vento nas folhas.Ficava maravilhado com o bailado que os ramos das árvores construíam à sua passagem.
Costumava vestir-se com fatos das cores da natureza - castanhos ou verdes; assim sentia que ele próprio se confundia com a floresta, tornando-se parte dela.
Quando terminava a sua leitura, saía daquele local mais feliz e recuperado, pronto para enfrentar mais um dia de trabalho.»

Ana Margarida Dias, 5º C


O Prazer de Ler

«O senhor Fernando gostava muito de ler. Para se dedicar a este prazer procurava sítios calmos onde pudesse saborear as palavras com tranquilidade. Ia, então, para uma floresta perto de sua casa e sentava-se num banco existente em redor de uma árvore sua conhecida. Era um homem magro, com o cabelo branco e usava óculos, sobretudo para ler. Para além disso, dava longos passeios e observava a natureza e quando encontrava um recanto especial, parava mais um pouco e lia algumas páginas do livro que trazia sempre consigo.
A floresta para onde se deslocava o senhor Fernando tinha muitas árvores e uma bonita relva que apetecia calcar.»

Sofia Ramos, 5º C


Os Hábitos do Sr. João

«Era uma vez um homem bondoso que gostava muito de ler, principalmente banda desenhada e o jornal diário. Todas as manhãs se dirigia a um banco de jardim, onde a natureza era pura, verde e repleta de cores e aromas agradáveis. Este homem chamava-se João, já tinha alguma idade e vestia-se sempre muito bem, com fato e gravata.
Tinha um sorriso brilhante e rasgado, tal como o de uma criança, e olhos azuis como o céu num dia de sol.
Para além disso, fazia desporto aos Domingos logo pela manhã, por isso tinha um aspecto muito saudável. Apreciava legumes e peixe. Não era casado e sentia-se feliz assim. Percorria aqueles caminhos alegre e bem disposto, aproveitando a vida ao máximo!»

Mariana Borges, 5º C

quarta-feira, 2 de abril de 2008

O Dia em que Choveram Flores


«Era um belo dia de Primavera e Joana brincava no jardim de sua casa. Naquela época do ano, aquele local costuma ser invadido por rosas, camélias, margaridas, tulipas, jasmins e narcisos. No entanto, naquele dia, a menina reparou que as flores estavam todas a murchar e quis saber o que estava a acontecer. Foi então procurar pistas que a ajudassem a resolver o mistério e encontrou umas pegadas muito estranhas... Pensou, então, que se seguisse aquelas marcas conseguiria desvendar o caso. Quando o rasto de pegadas terminou, a rapariga olhou em seu redor e viu um homem de muito mau aspecto, com uma bela jovem contrariada junto a si. Essa jovem era a Primavera e tudo indicava que tinha sido raptada por ele. Joana estava decidida a salvar a Primavera, por isso passou muito devagar pelo homem adormecido e soltou a jovem, que estava amarrada e amordaçada para não gritar. Soltou-a então sem fazer ruído. mal se sentiu livre do cativeiro, a Primavera abraçou Joana e desapareceu numa brisa suave. Atordoada com o ocorrido, a rapariga tenta sair daquele local silenciosamente e, como por magia, sente-se flutuar no ar, carregada por aquela brisa leve que a pousa no seu jardim, já coberto das mais belas e coloridas flores caídas do céu.»

Mariana Miller, 5º B

Sugestão Literária da Semana


«Quem vê caras não vê corações»

A história de Maria Conceição Galveia Ferreira fala-nos de uma professora que não parecia muito simpática, mas que acaba por cativar os seus alunos.

«Quando começaram as aulas, Filipe e Filipa repararam que a sua nova professora não era muito simpática. Para iniciar, esta pedira aos alunos para a auxiliarem na tarefa de contar uma história. Colocou, então, um chapéu mágico na cabeça e com as diferentes ideias que iam surgindo na aula surgiu uma bela história!

Numa aldeia distante vivia uma senhora muito bonita, uma mãe com o seu filho e um monstro. Certa noite, a mãe acendeu uma vela para alumiar o ambiente, mas esta tombou incendiando a casa. A mãe e o seu filho foram salvos pelo monstro, que corajosamente enfrentou as chamas, enquanto que a senhora bonita nada fez para ajudar. Mais tarde, a criança foi conversar com o monstro que lhe contou as mágoas sofridas ao longo da sua vida. Após este dia tornaram-se grandes amigos.

Os alunos gostaram muito da história e perceberam o significado do provérbio - Quem vê caras não vê corações.

Apreciei o livro, pois compreendi que nem sempre as pessoas mais bonitas contêm beleza dentro de si. Não devemos valorizar o aspecto exterior dos que nos rodeiam, devemos sim descobrir como as pessoas são bonitas na alma.»

Joana Ramos, 5ºB




O Livro



O livro é um amigo que me acompanha todos os dias,na escola, em casa, na cama e, às vezes, no sofá.
Gosto muito de ler, especialmente livros de aventuras. Tenho a sensação de que estes me ajudam a superar problemas e a ficar mais confiante e corajosa. Entrar no mundo da ficção e das aventuras significa,para mim,descobrir novos valores,atitudes e sentimentos.
Quando for maior, gostaria de lançar vários livros ou várias colecções para jovens.É muito importante que estes reconheçam o valor da leitura, pois só esta nos permite morrer mais sábios! Por isso,queria ajudar os jovens a ler com alegria através das minhas histórias emocionantes.
Por tudo isto que referi,sinto que o livro é o meu melhor amigo,conselheiro e companheiro.

Leonor Calheiros, 5ºB

segunda-feira, 10 de março de 2008

«Spot e Micas»

«Uma certa manhã, um cão chamado Spot comia a sua refeição preferida: carne enlatada.
Enquanto saboreava distraidamente o alimento, Micas, a raposa, aparece e rouba-lhe a comida, fugindo depois a sete pés. Spot ainda correu atrás dela, mas não conseguiu alcançá-la. Na sua perseguição, encontrou um carvalho que estava por ali a usufruir do sol da manhã.
Perguntou-lhe:
- Bom dia! Não viste uma raposa a passar por aqui?
- Sim, passou por mim ainda há pouco... Embrenhou-se na floresta, naquela direcção.- respondeu o carvalho, indicando com o ramo direito o caminho da raposa matreira.
Indignado, Spot seguiu o trilho da floresta e encontrou Micas a comer, deliciada com a refeição roubada. Ainda antes de conseguir sequer pedir-lhe a comida de volta, apareceu um falcão enorme que, num voo eficaz, retirou a carne das patas da raposa. Spot, admirado com a coincidência, seguiu o falcão até uma zona ali perto, onde ele se preparava para saborear aquela carne deliciosa.
Um pouco a medo, Spot aproximou-se e contou à ave o que lhe tinha sucedido. Esta, sensibilizada com o caso, devolveu-lhe a refeição, pois apreciou a coragem e determinação de Spot.
O cão agradeceu e dividiu o alimento com ele, afinal, embora o falcão tivesse roubado a refeição, soube reconhecer com justiça o esforço do seu dono.
Mário Pereira e Sara Teixeira, 5º A

O Mundo

«Pensei no que seria
Se todos fossem irmãos.
O Mundo seria melhor
Se todos dessem as mãos.

Porque não somos todos felizes?
Porque não paramos a guerra?
Porque não
SALVAMOS a Terra?

A Terra não é só nossa!
A Terra é de toda a gente.
E todos nós merecemos
Viver num Mundo decente!»

Ana Cabral, 5ºC

Isabel

«Fisicamente, a Isabel é magra e de estatura média. A sua pele é ligeiramente morena. Tem lindos olhos castanhos e brilhantes. Os seus cabelos ondulados são castanhos-escuros como a terra. Os seus lábios, vermelhos como as cerejas, abrem-se em sorrisos enormes.
A Isabel possui, ainda, um grande coração onde guarda todos os amigos. É uma menina muito alegre e simpática e está sempre pronta para ajudar! Quando fica zangada perde a paciência e eleva um pouco a voz, no entanto, rapidamente recupera a alegria habitual.»

Maria Beatriz, 5º B

Maria João

Fisicamente, a Maria João é uma menina alta e elegante. O seu cabelo não é muito comprido, nem muito curto, é castanho e liso. Quanto ao seu rosto, este tem um formato oval e a sua pele é clara e suave como pétalas de rosas. Os seus olhos são verdes e claros, o nariz e boca são de tamanho médio.
Em relação ao aspecto psicológico, considero a Maria João alegre, bem disposta, amiga e solidária.



Diogo Gonçalo Maia Botelho
5º B Nº 7

Pequenos Criadores

Ao longo destas páginas, os pequenos escritores do nosso blog vão apresentar-se pouco a pouco para que os colegas e o mundo possam conhecê-los um pouco melhor...

«O meu brinquedo preferido»

«A Canita»

«O meu brinquedo preferido é um peluche, chama-se Canita. A Canita é uma cadela cor-de-rosa e branca. É tão bonita!
Eu recebi-a por volta dos meus cinco ou seis anos. Foi uma antiga colega minha, a Joana Gadelho, quem me deu.
A Canita consola-me sempre que preciso, é como se fosse uma cadela de verdade. Os seus olhos pequenos e expressivos parecem estar vivos.
O meu brinquedo preferido é a Canita e ninguém a pode substituir!»



Mariana Fonseca Teixeira
5ºC nº 23

segunda-feira, 3 de março de 2008

O Sol e a Lua

« Há muito tempo atrás, o Sol e a Lua andavam em constante guerra. O Sol queria que fosse sempre dia, para mostrar todo o seu brilho e luz. A Lua, por sua vez, queria que fosse sempre noite, para todos a poderem ver melhor.
Os animais e as plantas é que não estavam contentes com toda esta confusão: ora era dia, ora era noite, numa constante rotação!
As plantas só sobrevivem com a luz solar, enquanto que os animais necessitam, habitualmente, do dia para caçar e da noite para dormir.
Certo dia, o Sol e a Lua marcaram um encontro para tentar resolver este problema.
O Sol chegou primeiro, com os seus raios escaldantes, capazes de derreter tudo o que aparecesse pela frente, e perguntou:
- A Lua ainda não chegou? É que eu sou uma personalidade cheia de compromissos e não posso demorar!...
Depois chegou a Lua, numa rajada de cometa, e falou assim:
- Desculpa, Sol... mas estive ocupada a dar uma boa noite de sono a todos os animais da Terra...
- Pois, só sabes fazer isso... pôr toda a gente a dormir!- respondeu agressivamente o Sol.
- E tu, Sol cruel, que secas todas as terras e riachos, acabando com o alimento de muitos seres?
Esta discussão prolongou-se por longas e longas horas... A certa altura, interveio a Terra para tentar acabar com esta interminável discussão:
-Parem com a discussão! Tanto tu, Sol, como tu, Lua, são indispensáveis à vida na Terra, mas cada um tem que respeitar o lugar do outro...
Com estas simples palavras, carregadas de sapiência, a Terra pôs o Sol e a Lua a reflectir. Olharam-se e perceberam que tinham que acabar com aquela disputa sem sentido e dividir os dias amigavelmente. Cada um tinha um papel importante a cumprir, pois a vida na Terra só evoluiria se houvesse um equilíbrio entre eles.»
Afonso Ramos, 5º B

O Meu Planeta (em verso)


«O meu planeta é
grande como o luar,
belo como um cometa,
azul como o mar!



O planeta Terra
sofre destruição!
Existem países em guerra,
Noutros existe poluição!


O planeta azul
devemos preservar,
no dia-a-dia cuidar
e o seu bem essencial poupar!»




Tiago, 5º C

Nós e o Mundo - O meu Planeta

«A Terra parece enorme vista do espaço! Vastos oceanos estendem-se para além do alcance da visão e separam as grandes massas terrestres que são o lar de milhões de pessoas, animais e plantas. Contudo, a Terra é apenas um dos nove planetas que orbitam em redor do Sol, essa enorme estrela no centro do sistema solar!
O Sistema Solar e todas as estrelas do céu nocturno fazem parte da nossa Galáxia, a Via Láctea, que contém cerca de 200 mil milhões de estrelas. Há milhões de outras galáxias para lá da nossa e todas fazem parte do extenso Universo!
A distância da Terra ao Sol permite que a quantidade de calor e luz seja adequada para que exista vida. A terra é suficientemente quente para que a água exista em estado líquido.
O nosso planeta não é uma esfera sólida. É constituída por diferentes camadas, como uma cebola. A camada exterior, ou crosta, é uma fina cobertura de rochas que forma os continentes e o leito do oceano. Por baixo fica o manto, uma camada de rocha fundida, com cerca de 3000 Km de espessura. No centro da Terra existe um núcleo de metal fundido, que é líquido no exterior e sólido no interior.
A poluição provocada pelo Homem está a colocar em risco a vida na Terra!»

Rita Carneiro, 5º A

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Sugestão Literária da Semana

Poesia Portuguesa para Crianças, Editora Girassol
(selecção de Celia Ruiz Ibanez)

Esta obra reúne poemas muito diferentes, tanto no conteúdo como na forma. Enquanto algumas composições se assemelham a cantigas populares (como a Bela Infanta de Almeida Garret, Os treze anos de António de Castilho, ou mesmo Balada das Vinte Meninas Friorentas de Matilde Rosa Araújo), outras são autênticas fábulas em verso (tais como A Cigarra e a Formiga e A Raposa e as Uvas, ambas de Bocage). Apresenta também alguns sonetos de Florbela Espanca e Cesário Verde.
Para além destas autores mais conhecidos pelo leitor, surgem ainda autores mais contemporâneos. Gostei especialmente de O Mostrengo de Fernando Pessoa, de Palavras de um Avestruz todo Gris de António Botto e do poema Não quero, Não de Eugénio de Andrade.
Para terminar, acrescento ainda que apreciei bastante a sequência da obra, especialmente quando opõe os dois poemas de Leonor, escritos por poetas bem diferentes e distantes no tempo: Luís de Camões e António gedeão (Poema da auto-estrada). Falta apenas dedicar algumas palavras às ilustrações realizadas por Jesús Gobán, pois considerei-as bastante atraentes e coloridas, estimulando, assim, o gosto pela leitura.
Eva Couto, 5ºA